O crescimento do panorama global de consumo de mercadorias e serviços impulsionou o sistema do transporte de cargas em todo o mundo. Com o aquecimento do mercado de produtos, surgiu a enorme necessidade do deslocamento rápido de artigos e bens de consumo pelas estradas e rodovias mundiais, o que transformou novas oportunidades de desenvolvimento para empresas de transporte em realidade.
Como resultado, a economia cresceu e o acesso a recursos antes inimagináveis está agora na palma da mão de boa parte da população. Mas, apesar de muito positiva, a expansão não trouxe apenas benefícios. Herança da globalização, a produção desenfreada de lixo e o descarte inadequado de boa parte dele causaram uma verdadeira catástrofe ambiental, gerando consequências irreparáveis para diversos ecossistemas.

A partir daí, surgiu a necessidade de novos processos logísticos que incluam sistemas ecológicos de recuperação de parte do material descartado nos processos de consumo, pensados para englobar todos os pontos da cadeia de compra e venda, mas visando a preservação do meio ambiente e incentivando as empresas a se engajarem na responsabilidade pelo descarte dos materiais e produtos.
Como resultado desse compromisso, surgem conceitos como a logística sustentável e a logística reversa, um sistema que viabiliza o encaminhamento adequado de itens através do envolvimento das empresas no processo de recolhimento de produtos após a venda ou consumo.
A logística reversa veio como uma alternativa sustentável aos modelos logísticos tradicionais que, basicamente, se comprometem com a movimentação de mercadorias do seu ponto de origem até o seu destino. Afim de causar um impacto positivo e promover novas formas de interação com ciclo de vida de seus produtos, o conceito se preocupa com o retorno dos bens para o fornecedor após a conclusão da venda.
No Brasil, a logística reversa faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e é uma prática que garante ao consumidor o direito de acionar a empresa fornecedora em caso de devolução motivada por erro no processo de registo ou expedição do pedido, produtos recebidos em quantidades incorretas, defeituosos e avariados durante o transporte.
Além disso, o encaminhamento correto de materiais que não podem ser lançados no meio ambiente também é outro ponto importante da logística reversa. Através dele, garante-se que produtos já consumidos sejam retornados a seus locais de origem e reciclados ou descartados com segurança.
Para as empresas, além do impacto positivo em sua imagem, a prática traz também resultados financeiros, gerando lucros significativos no caminho. Já para o transporte de cargas, essa é uma oportunidade não só de aprimoramento, como também um novo mercado carente de mão de obra.
Como aproveitar a carência de mercado na logística reversa
Para o transportador, as possibilidades de ganho trabalhando com logística reversa são bem altas. Claro, a atuação na área pede alguma pesquisa e talvez uma mudança na ação da empresa ou do motorista autônomo, que precisará se dedicar a procurar formas de inserir o transporte dos itens ao seu destino correto (seja reciclagem ou descarte), enquanto equilibra os fretes de que já dispõe comumente.
A vantagem é que a logística reversa pode ser organizada de forma que o transporte dos materiais seja realizado entre um frete e outro, aproveitando-se da rota estipulada para realizar dois serviços: carregar e descarregar as mercadorias do frete e retornar ao ponto de partida com o caminhão já carregado pelos itens que precisam de destinação correta. O serviço reduz a rodagem de caminhão vazio e aumenta os lucros.
Dentre os melhores ramos de atuação da logística reversa estão o transporte de pneus, vidros, construção civil, eletroeletrônicos, embalagens de agrotóxicos, medicamentos vencidos e lâmpadas fluorescentes.
Lembrando que, para atuar no ramo, é necessário criar um sistema de coleta ou ponto de recolhimento dos produtos, criar parcerias com empresas de reciclagem ou descarte correto do material e ficar atento à legislação.
Como inserir a logística reversa no transporte de cargas
Para as empresas e os motoristas autônomos que trabalham com o transporte de cargas, a logística reversa pode ser incluída em sua própria frota. Confira alguns itens fundamentais:
- Utilização de biocombustíveis;
- Reciclagem de pneus;
- Descarte correto ou rerrefino de óleos lubrificantes;
- Descarte de baterias automotivas;
- Politicas de conscientização e treinamentos para a equipe;
- Reciclagem de lixo comum, como papel, plástico, vidro e metal;
- Regulamentação ambiental.
Agora que você já sabe como funciona a logística reversa, como implantá-la em sua empresa ou frota e quais as melhores formas de atuar no mercado, é só adotar todas as suas práticas e fazer bem ao seu próprio negócio, assim como ao meio ambiente.
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